quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Arma

Se existe algo de positivo neste momento em que a Polícia Federal trabalha como nunca, com várias revelações explodindo diariamente, com a exposição de interesses escusos e difusos, é de que o eleitor está se dando conta, de forma muito consciente, da arma que ele tem na mão: o voto. Deste lixo todo que está aparecendo, deve ser possível retirar algum tipo de material reciclável que nos devolva alguma esperança. Precisamos, em primeiro lugar, admitir que no universo que compõe a política, perdeu-se o pudor. As eleições vieram se transformando, ao longo do tempo, num imenso balcão de negócios. Coligações, legislação, estrutura partidária, horário político, doações de campanha. É preciso que sejam feitas profundas mudanças que envolvam tudo isso. Embora se saiba que não existam sistemas perfeitos, deve ser possível, após ampla discussão e participação, chegar bem próximo disso. E, também não adianta querer enganar, ao tentar repetir a velha fórmula de sempre. A partir de agora, vai ficar mais difícil. Os mesmos candidatos, as mesmas idéias, os mesmos discursos com as mesmas promessas, não vão mais colar. Será pura perda de tempo tentar empurrar goela abaixo, a idéia do candidato que vai salvar a cidade, o estado, o país, formatado com base única e exclusivamente em instrumentos de marketing, como se fosse um produto sob medida para agradar o eleitorado.

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