terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pátria Amada, Brasil!

Transcrevo a seguir uma coluna que escrevi em setembro de 2005 para os jornais do Grupo CG de Comunicação e que traduz ainda o que penso com relação ao 7 de setembro:

Estamos na semana que comemoramos a Independência do Brasil. E devemos comemorar, sim. Comemorar como nos tempos de criança, da escola, quando indiferentes a tudo mais, enchíamos o peito de orgulho de sermos brasileiros e íamos para a avenida homenagear o Dia da Pátria Amada Brasil. Ficávamos tomados por um sentimento forte, legítimo, de filhos para com a mãe Pátria. Os sorrisos estampados nos rostos pela pureza do pensamento de que o nosso país era perfeito, sem defeitos e que não havia melhor lugar no mundo para se viver. De repente, quantas lembranças surgem dos Sete de Setembro que ficaram no passado. Que saudade daqueles feriados de belas recordações. Uma festa colorida de verde e amarelo, de bandeirolas agitadas, mas também de algodão doce, pipocas e balões. Na verdade, as atividades tinham início vários dias antes, com os ensaios da banda marcial onde exercitávamos, repetidas vezes, a cadência da marcha, o alinhamento, os movimentos coordenados, felizes por estarmos numa atividade fora da sala de aula. Até que chegava o grande dia do desfile. Uniforme impecável, sapatos mais do que brilhantes e um crescente sentimento de amor à Pátria Amada, de orgulho ao nosso Brasil. Depois, à volta para casa, exaustos, mas renovados e felizes por ter participado de uma grande festa pela liberdade.

Orgulho é o que se quer ter e o que se espera. Orgulho do nosso país. O Brasil dos brasileiros, sem os aproveitadores nacionais e estrangeiros. O Brasil das boas intenções, das ações positivas. O Brasil da igualdade e justiça social, da educação com qualidade, da assistência à saúde, da geração de empregos, da dignidade dos salários. Um Brasil de oportunidades para todos, que não se esconde em promessas e inverdades, na ilusão de que seremos sempre um país do futuro. Futuro tantas vezes adiado mais para frente por ilusões, metáforas e explicações. Adiado pela incompetência, pela má administração dos recursos, pelas falcatruas. Adiado pela sonegação, pela evasão de divisas, pela lavagem de dinheiro. Adiado pela impunidade. Apesar de tudo isto, devemos acreditar que o país tem jeito. Apenas é preciso ficar de olhos bem abertos e reagir com indignação às manobras dos oportunistas.

Quero de volta aqueles Sete de Setembro do passado. Com os mesmos sentimentos legítimos de orgulho, de respeito às instituições e de firme retomada aos nossos valores. Um Sete de Setembro em que as nossas crianças possam agitar as bandeirolas coloridas da esperança com muito orgulho, com um sorriso estampado no rosto e com a certeza de que poderão viver não só num país do futuro, mas também em uma grande nação do presente.

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