Marola

Ouvi, há poucos dias, uma entrevista do presidente Lula do alto do seu patamar de 80% de popularidade, em que ele afirmava com aparente tranqüilidade: - Nossa economia é sólida, a crise não vai nos atingir, é só uma marola, pois, a origem do tsunami é nos Estados Unidos. O aperto será muito pequeno, o mercado interno e a balança comercial vão nos dar a sustentação necessária. Depois, também li e ouvi as declarações do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central, exportando um otimismo ainda maior sobre o mesmo assunto. Aí, pensei com meus cabelos brancos: vem chumbo grosso por aí!
A semana terminou com a queda das ações na Bovespa beirando os 14 pontos repetindo-se em perdas contínuas e acentuadas, o dólar chegou rapidamente aos dois reais e trinta centavos, os investimentos estrangeiros estão deixando o Brasil em velocidade igual ao de um fórmula 1 numa grande reta e como não podia deixar de ser, está todo mundo apavorado. Pelo telefone, por e-mail, nas ruas só se fala na crise. Embora não tenhamos nada a ver com a lambança hipotecária nos Estados Unidos, nem com a irresponsabilidade de seus bancos, só nos resta rezar para que consigam superar a crise e bem rápido. Caso contrário, não adianta dizer que ela não chegará aqui, porque ela já está entre nós. E não é uma simples marola!